É verdade, houve momentos em que fiz de tudo para esconder as sensações que para mim eram tão naturais desde que me lembro.
Desde os 7 anos que contacto com Seres que já partiram deste plano, que descobri que tinha claricognição, que sentia e via coisas que não estavam neste plano e principalmente o mais desafiante era saber o que se passava com as pessoas com quem conectava. Saber o que elas pensavam, o que sentiam, o que estavam a passar naquele momento da vida.
Rapidamente eu procurava ajudar, mas cedo também descobri que a sociedade naquela altura não estava preparada para estas “estranhas" formas de ser.
Fui seguindo a minha vida, os cursos, o trabalho, mas o interior ficou lá atrás.
Então com vergonha de ser assim, aos 20 anos depois de uma enorme exposição espiritual minha, pedi ao Universo que me escondesse estes dons, eu queria era ser normal. Mas comecei a sentir-me cada vez mais incompleta, cada vez mais triste e sem rumo. Fui seguindo a minha vida, os cursos, o trabalho, mas o interior ficou lá atrás.
Anos depois de lutar por ser “normal” aos olhos da sociedade, descobri que eu tinha renunciado aquilo que me fazia ser eu, que me fazia sentir completa e voltei a pedir ao Universo tudo aquilo que eu era. E descobri que o Universo não me retirou nada, apenas me deixou tranquilizar e aguardar pelo meu momento.
Se tu não és quem tu realmente és, se não te envolves no teu interior, não estás completa.
Então o que aprendi com isto foi que a espiritualidade manifesta-se em nós a dada altura. Se não estivermos preparados, não perdemos nada, ela manifestar-se-á mais tarde. Apenas cabe-nos decidir quando é que queremos lutar por nós sem medos dos outros e conectar com a nossa verdadeira essência, e, nessa altura tudo começa a mudar, a consciência da vida, a nossa missão, o nosso propósito, a nossa expansão com a verdadeira luz que nós somos.
Nunca desistas de quem és porque tu tens os teus dons, só ainda podes não ter permitido conectar-te mesmo profundamente.