Foi um caminho emocionalmente desafiante e cheio de dúvidas profissionais que me levaram a transformação de quem sou hoje.
Houve uma altura que eu não sabia o que fazer profissionalmente.
Sentia-me tão perdida e pensava que apenas eu sofria disso. Chorava o caminho todo no percurso do trabalho para casa, porque era o momento em que podia chorar e não me fazerem perguntas incomodativas.
Desde muito nova, sentia que não me enquadrava em nenhuma profissão. Era tão estranho, porque eu gostava de algumas áreas, mas não me via lá, tudo parecia sempre muito distante.
As pessoas que se cruzavam no meu caminho eram todas decididas, sabiam o que queriam, eram bem sucedidas, confiantes ou pelo menos eu via-as assim. Entretanto nesta indecisão fui seguindo áreas que até gostava, apenas não me sentia completa (o que hoje encontro uma piada para esta palavra). Após o curso de Jornalismo trabalhei algum tempo na área, caminhava o percurso que idealizara, mas não me sentia feliz monetariamente, nem emocionalmente, então despedi-me.
Entretanto anos mais tarde quando terminei a Licenciatura e o Mestrado em Engenharia Informática a mesma coisa aconteceu, trabalhei na área mas sentia-me a sufocar, sentia uma pressão enorme cada dia que entrava no escritório, mas neste caso, já ganhava bem e também estava em empresas de renome, mas ainda assim, despedi-me. Nesta altura o peso da consciência da idade e da responsabilidade obrigou-me a voltar aos escritórios e empreguei-me novamente. Mas mais uma vez o ciclo aconteceu, sufocava-me só de pensar que isto ia acontecer o resto da vida, então despedi-me.
Com o tempo comecei a notar um padrão em mim.
Comecei a pensar que era preguiçosa, irresponsável e mais umas tantas coisas. Por estes meios tirei em simultâneo o curso de Formação de Formadores e outros cursos que numa próxima conto-te mais pormenorizadamente.
Comecei a notar um padrão em mim e também dizia muitas vezes “eu não sei o que fazer profissionalmente”, “ainda não descobri o que gosto”, “todos sabem menos eu”, repetia isto vezes e vezes sem conta.
Um dia comecei a dizer “já sei a profissão que me faz feliz”, “descobri a profissão que me faz feliz”, “sinto-me realizada profissionalmente”, mas não sabia e nem tinha encontrado nenhuma profissão que me fizesse feliz.
No entanto preferia dizer isto do que verbalizar que ainda não tinha descoberto. Haviam dias maravilhosos em que dizia estas palavras e sentia-me feliz e confiante. Mas haviam outros tão desafiantes e pensava que me enganava a mim mesma, que aquilo que eu dizia era falso, que nunca ia descobrir e ouvia conversas na cabeça que me deitavam abaixo, tiravam-em a força, era um Eu Interior magoado. Estas emoções e energias mentais levavam-me a um grande sofrimento e claro em desistir de manter os pensamentos positivos apenas porque me pareciam falsos.
Eu vou dizer até realizar!
Um dia de grande desespero, comecei a dizer tantas coisas erradas daquilo que eu acredito, tanta revolta saiu de dentro de mim que eu fiquei assustada com o percurso que estava a seguir. Parei e pensei “já não acredito que aquelas frases positivas sejam verdadeiras ou que me levem a algum lado, mas nos dias em que as digo sinto-me mais feliz, motivada e a minha energia não é drenada. Nos dias que me revolto e penso que nada disto faz sentido, é tudo falso e vou ficar o resto da vida sem me sentir completa profissionalmente, fico triste, revoltada e angustiada. Não quero isto para mim, prefiro sentir-me feliz e mesmo que ainda não esteja a acontecer o que eu digo, EU VOU DIZER ATÉ REALIZAR!”
Desde essa altura, o caminho foi mais harmonioso. Não é um percurso linear, primeiro criei o site Veggitable sobre alimentação, vendi em feiras, lancei o meu primeiro livro de cozinha e criei em simultâneo o site Cor da Paz. Foi um caminho desafiante, mas estava confiante e determinada.
Adoro cada um dos cursos que tirei e hoje sei que me completam, uso cada um deles de alguma forma para o meu trabalho atual, que faço com tanta leveza. Cada um de nós tem neste plano um potencial único que precisa de ser encontrado.
Se não sentes realizada/o, é porque há algo muito melhor para ti. Esse caminho tem de ser percorrido. Que a minha história te motive. Se quiseres o meu apoio neste caminho, na minha consulta de "Descobrir a Profissão" guio-te para encontrares a profissão que te faz feliz.
Gratidão por teres lido até aqui, diz-me nos comentários, se encontras na minha história alguma motivação para a tua vida.