É o que chamo síndrome pós-férias, o choque quando o último dia de férias está a chegar, ou mesmo a última semana. Já sentiram isto?
Este artigo também se podia chamar depressão pós-férias. No entanto nem sempre é uma depressão tudo aquilo que não gostamos que aconteça. Por vezes são apenas sensações.
É tão comum chegarmos ao final das férias e só nos apetece é voltar para o início delas.
É o que chamo síndrome pós-férias, o choque quando o último dia de férias está a chegar, ou mesmo a última semana. Já sentiram isto?
Pois, normalmente esta frustração não vem apenas acompanhada do cansaço físico (apesar de ele poder existir), pois quando vamos de férias movemo-nos de forma diferente de quando estamos na rotina do trabalho. Mas as férias são para isso mesmo, certo? Momentos de descanso da rotina do dia-a-dia.
O maior problema é quando chegam os últimos dias das férias,
a mente começa a ficar apenas “agarrada” ao fim das férias e não no momento presente. Esta ligação começa a sugar energia, sem que nos possamos aperceber – é o síndrome pós-férias que começa a entrar. O que poderiam ser os últimos dias de férias para recarregar todas as baterias do corpo, mente e espírito começa o processo oposto. A energia que foi adquirida nas férias começa a sair e a deixar entrar as depressões, medos, receios, revoltas.
Sem nos apercebemos, a sociedade prende-nos
Mas porquê?
Porque
é algo que está enraízado na nossa sociedade. Por vezes não é o trabalho, ou cansaço, ou a necessidade de mais férias, é sim o facto de desde sempre ouvirmos as pessoas a queixarem-se no final das férias. Pois o fim das férias está associado ao desespero de voltar à rotina, às mesmas pessoas, e por vezes – muito frequente aos trabalhos que não preenchem o espirito.
Sociedade? Sim, porque quando voltamos ao trabalho o mais comum ouvirmos é “então já voltaste?”, “Souberam a pouco, pois foi?”, “Bem, ainda agora estavas a ir, já cá estás outra vez” – ao qual nós respondemos “pois, é a vida”, “Pois, passam a correr”, “Eu nem dei pelo tempo passar”, entre outras.
Mantemo-nos no meio das mesmas palavras que já ouvimos vezes e vezes sem conta. E para quê? Para nos manter ainda mais em baixo, mais estagnados? Para algumas pessoas o final das férias é talvez o momento mais cansativo de todo o ano, tanto físico como psicológico, porque é o momento que vão voltar a uma rotina sem sentido, que desgasta o espirito.
Isto era algo que eu sentia sempre que se aproximava o momento de voltar ao trabalho e aquele ritmo frenético que eu não gostava. Não era apenas porque não gostava do que fazia profissionalmente, mas sem me aperceber vivia o que 99% da população vive, o medo de voltar tudo ao mesmo. O medo de continuar naquele caminho que não me levava a onde eu queria. O medo de enfrentar novamente os mesmos problemas, as mesmas funções, o mesmo transito, … a mesma estagnação.
Não te entregues ao medo, entrega-te à força
Pois é na força que encontramos o caminho ideal para nós.
Este ano pela primeira vez na vida terminei as primeiras férias com tanta alegria, com que as comecei. Foram umas férias maravilhosas de 7 dias, onde tive a possibilidade de descansar, de passear, de fazer mais um retiro e evoluir ainda mais (quem me acompanha à algum tempo, sabe que adoro fazer retiros e que faço imensos). Estas férias foram tão boas que só posso estar grata por aquela semana tão boa e tão bem aproveitada.
No entanto, na Sexta-feira (antes do fim de semana), lembrei-me que as férias estavam a acabar e por segundos fui levada por aquela sensação que sempre sentira – a preguiça de ter de voltar à rotina, o que na realidade não era um sentimento meu, era herdado da sociedade e eu não quero essa energia em mim,
quero ser autentica e eu mesma. Naquele instante, num breve instante libertei toda aquela energia. “Então eu que estou feliz por voltar ao trabalho, estou a deixar levar-me pelas frases da sociedade??? Não, não pode ser. Carina sente o que realmente vai dentro de ti, estás feliz por voltar ao teu trabalho?” A resposta foi instantânea, senti uma felicidade enorme a preencher-me. Assim vi que realmente estou num caminho que me faz feliz, que me preenche, num trabalho onde posso ajudar outros a encontra-lo também, claro que quero volta ao trabalho, claro que quero ajudar todos aqueles que precisam de encontrar o caminho… então agora, que estou com todas as energias recarregadas”.
É possível que alguns se revejam nestas frases, no entanto se não te revês nestas frases sabes que o trabalho que estás neste momento
não é o trabalho dos teus sonhos.
Quando chegou o Domingo (o último dia da férias), estava com imensa vontade de voltar ao trabalho que tanto adoro. Poder voltar novamente para vocês, agora ainda mais profunda e com objetivos mais definidos, com mais garra, com mais certezas e com mais projetos maravilhosos a caminho. Foi nesse momento que senti que tinha de escrever este texto. Embora alguns de vós não sintam vontade de voltar para o trabalho porque é algo que não está de acordo com a vossa energia.
Quando acreditas em ti, sentes a ajuda do universo
A todos/as que não sentem ligação com o que fazem a nível profissional, quero que saibam que tudo é um momento e que realmente têm de começar a sentir que esse trabalho um dia tem de sair das vossas vidas e encontrarem aquilo que realmente vos faz felizes. No entanto neste momento é o trabalho que existe, e é de onde vem o dinheiro que
um dia podem investir no vosso trabalho de sonho. Aceitem o fim das férias como um ponto de partida para iniciarem a vida dos vossos sonhos num trabalho que está alinhado com o vosso propósito de vida.
Não deixem a energia cansativa da sociedade entrar na vossa
aura, no vosso espirito. Quando sentirem que tudo tem um objetivo, então neste momento este vosso trabalho tem um objetivo. Se gostam acreditem e lutem por ele, se não gostam, lutem e acreditem que vão encontrar algo que vos preenche.